Um curador
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Curador
Curador ferido
Curador curado
Curador são
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Este é para mim o caminho de um curador.
Um curador que se forma, que exerce sua profissão com empatia, ou não, para com seus pacientes, mas que não sabe o que é estar sob sua pele.
O curador ferido, que consegue olhar para si mesmo, ferido, e entender o que é dor, o que é estar a mercê de outros para ser tratado, nutrido, cuidado, e ter toda sua vulnerabilidade exposta. O curador ferido que vê a dor, sente a dor, lida com a dor, e isso o machuca profundamente.
O curador curado, que passou por tudo isso e não mais vê a doença como sua inimiga, mas a vê como algo a ser tratado neste outro que já foi ele, com cuidado e realismo. Um curador que se estruturou.
O curador são, que vê a pessoa, esteja ela em estado de doença ou de saúde. Ou os dois. Que sente a honra de ser o que se tornou. Com todas as dores presentes. E que cultiva sua compaixão e que cuida de seu conteúdo, do que ele “é”.
E minha inspiração para estes questionamentos sempre foi olhar os profissionais da saúde que orbitam ou orbitaram ao meu redor e convivência, olhar para mim e várias vezes ler sobre o centauro Quiron (http://pt.wikipedia.org/wiki/Quíron), o curador ferido-mor da mitologia grega e sobre toda compaixão e sabedoria que sua ferida crônica o fez obter, levando-o a “conhecer o doente estando em sua pele”.
Mas isso que falo não está “solto no tempo e no espaço”.
Há de se considerar alguns conceitos:
A cura (quando se pode dizer que alguém está curado? Ausência de sintomas? Nunca?).
A saúde e a doença ou a saúde versus a doença ou ...
A pessoa doente, cada pessoa com sua doença ou a doença independentemente da pessoa?.
Há todo um modelo de mundo em que o curador está mergulhado.
E que o modela e é modelado por ele.
*Eu trato mais destes temas no meu site Gestão da Saúde.
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