Eu defendi meu doutorado em 2010.
E depois disso, mudei o que fazia e “mergulhei” em São Paulo no mundo de coworking, redes e empreendedorismo social, sendo basicamente uma netweaver-aprendente-de-conteúdo-e-experiências.
E em 2016, o panorama que se tinha nos ambientes por onde eu circulava era este:
Coworkers.
Trabalhar junto sem ser “empregados” um do outro. Empreender.
Espaços de coworking.[1]
Espaços colaborativos.
Makers[2].
Fazer, fazer acontecer coisas com tecnologia e com um enorme viés de cultura hacker.
FabLabs[3].
Doers[4].
Os “fazedores-pensadores”[5]. Pensam bastante e também “põe a mão na massa”. Qualquer lugar.
Moradias comuns, conjuntas, como laboratórios de convivência.
Simpatizantes.
Procuram eventos que os façam vivenciar, mesmo que pontualmente, o que de novo e inovador está acontecendo em relação à vida profissional e ao trabalho.
Espaços pontuais de interação (que podia ser um espaço de coworking).
Quando realmente estavam acontecendo, eram lugares, espaços, pessoas fazendo cocriação interativa e mergulhadas em inovação.
Com pouca competição, bastante colaboração e muita interação.
Que usavam economia de compartilhamento, economia colaborativa, economia solidária e outras práticas similares.
Ou seja, atuavam em modelos de mundo que abarcassem suas vivências, seus ecossistemas e suas experimentações em novas economias.
Mas observei que acima relacionei muito “locais e pessoas”.
Então eram… práticas versus locais? versus? Ou sinergia?
E se assumindo que os dois eram sinérgicos (eu acho que eram), quais foram efeitos desta sinergia nas pessoas, nas suas redes, nos seus modos de trabalhar, viver, …?
E pensando mais nos locais que nas pessoas (não que sejam mais ou menos importantes, mas usando como uma escolha de argumentação e pensamento), como estes locais puderam alavancar/propiciar/etc tecnologias sociais e práticas sociais disruptivas?
E também como puderam propiciar um novo olhar sobre o trabalho e suas relações[6]?
E em 2016 fui a um evento que me fez pensar sobre isso:
GCUC (Global Coworking Unconference Conference), a primeira conferência da América do Sul, chamada de GCUC South America.
http://sa.gcuc.co/quem-somos/?lang=pt-br
Foram coisas a ver, a assistir, a conversar, a pensar, a dialogar.
Zonas de conforto a sacudir ( e foram sacudidas).
Foi um local para ver o que estava acontecendo no “coworking” no Brasil e ao redor do mundo e como isso estava influenciando a mudança da cara do trabalho nesta segunda década do século XXI.
Foi interessante. Muito.
Mas aí eu já estava em Sorocaba, e por vários motivos em 2018 eu me afastei disso, mas agora, em agosto de 2022, estou curiosa: como está este panorama em São Paulo, em Sorocaba, no mundo?
Então… pensando mais nos locais que nas pessoas (não que sejam mais ou menos importantes, mas usando como uma escolha de argumentação e pensamento), como estes locais puderam alavancar/propiciar/etc tecnologias sociais e práticas sociais disruptivas que estão por aí até hoje?
Desembocaram no que? Possibilitaram o que? No que se transformaram?
——————————————————————————–
[1] Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Coworking
[2] Os “fabricantes”. https://en.wikipedia.org/wiki/Maker_culture
[3] Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Fab_lab
[4] Os “fazedores”. Li sobre isso em um artigo, não peguei a referência e depois nunca mais o achei.
[5] Os “doers” e “thinkers”. Idem a referência anterior.
[6] Novo Olhar sobre as Relações de Trabalho- https://www.facebook.com/MovimentoNovoOlhar/
Baseado em um artigo de 2016: mthamaral.wordpress.com/2016/02/29/trabalhar-junto-fazendo-junto-vivendo-junto/
.