Com base em fontes que foram escritas e fornecidas por mim, apresento um artigo que mescla as colocações sobre meus pensamentos e articulações sobre quatro ‘zonas de encontro-acontecimento’ e conceitos relacionados, e que foi editorado com a ajuda do NotebookLM **:
Navegando nas Zonas Temporárias de Encontro-Acontecimento: Experimentação, Inovação, Mundo Real e o Mundo que Não Vai Mudar
Vivemos em um mundo que "está-quase-acontecendo", um espaço de experimentação pura.
Este é o ponto onde passado, presente e futuro se encontram.
Essas são as zonas temporárias de acontecimentos-encontros onde muita coisa ocorre.
Para fins de análise e compreensão, essas zonas podem ser agrupadas em quatro universos distintos: o da Experimentação, o da Inovação, o do Mundo Real e o do Mundo que Não Vai Mudar.
Essas análises e ações são frequentemente realizadas sob a perspectiva das simplexidades[1] e glocalidades[2].
Universo da Experimentação
Este é o universo onde hipóteses complexas e cada vez mais transdisciplinares e sonhos mirabolantes são testados.
É aqui que as utopias ganham força.
A ética individual é fortemente testada, em parte porque 'ninguém está olhando' ou consegue olhar.
Neste espaço conversa-se sobre, e faz-se, coisas das quais quase ninguém entende.
É onde a ciência (principalmente a mais básica) "mora", juntamente com a tecnologia que usa essa ciência.
Este universo é habitado por sonhadores-experimentadores que experimentam coisas sem se importar se elas avançarão para os patamares posteriores.
O conhecimento aqui é muito transdisciplinar[3], com interfaces novas e antigas vistas de outras maneiras e de outros pontos de vista.
Várias e múltiplas áreas de conhecimento e atuação se misturam de modo bem complexo, e vários mundos e multiversos convivem.
Estimo que este universo represente cerca de 1% das pessoas.
Fazer parte deste universo pode ser visto como pertencer a uma "turma" estranha, focada na experimentação.
Universo da Inovação
Aqui ocorre no mínimo o realismo utópico[4].
É onde começam a ocorrer (e pensar e fazer coisas) que mais gente precisa entender.
A preocupação com a monetização começa a surgir neste universo.
A ética aqui é mais difusa.
A ciência, a tecnologia "de máquinas" e a tecnologia social "moram" neste universo, cada uma com objetivos, métodos e finalidades diferentes, embora possam se entrelaçar.
As conversas e ações neste universo são sobre coisas das quais alguns entendem.
Pessoas neste universo sabem conversar com os do universo da Experimentação e com os do universo que vem a seguir.
Este universo é composto por pensadores, ‘fazedores’, que são "early adopters", experimentando coisas com foco em empreendimentos, inovação tecnológica e, em menor escala, inovação social.
O conhecimento navega entre o transdisciplinar e o multidisciplinar[5], com interfaces entre empreendedores, empresas, etc., que contemplam mundos em transformação e empreendimentos inovadores.
Estimo que este universo represente cerca de 5% das pessoas.
Universo do Mundo Real
Este é o universo daqueles que adotam "novidades" que chegaram até aqui, vindas dos dois universos anteriores.
Eles aprendem a usar as tecnologias ("de máquina" e sociais) e entendem o básico de ciência e tecnologia, mas podem ter dificuldades em discernir quem realmente sabe o que está falando sobre as duas coisas (e com que profundidade).
É o universo dos divulgadores da ciência e dos evangelizadores tecnológicos, pelo menos a maioria deles.
A monetização é a regra, assim como a preocupação com a utilidade.
As conversas são sobre coisas das quais alguns (bem mais que no universo anterior) entendem.
Geralmente, não sabem conversar com alguém do universo da Experimentação (a menos que alguém de lá saiba conversar com eles).
Conversam com os do universo da Inovação (usando as informações fornecidas por eles) e conversam bem com os do universo que vem a seguir, que são geralmente seu mercado consumidor.
É o mundo médio, de "medium adopters", "hipsters", que têm acesso a sensibilização e descobertas via mídias digitais e sociais.
O conhecimento navega entre o multidisciplinar e o pluridisciplinar[6], e sua interface é com o mundo dito "inovador".
Estimo que este universo represente cerca de 20% das pessoas.
Universo do Mundo que Não Vai Mudar
Este é o universo da maioria das pessoas.
Eles usam o que todo mundo usa, desde roupas a tecnologias, de costumes a hábitos declarados.
Só mudam quando o universo todo muda e são praticamente "atropelados". Conversam apenas com pessoas do universo anterior, algumas do universo da Inovação (por interesse destes), e nem sabem que o universo da Experimentação existe.
Consomem "conhecimentos de almanaque" ou de WhatsApp, que pode ser considerado o "almanaque" do século XXI.
É o universo do "tradicional" e do "normal"[7] (não confundir com tradição anciã).
É onde as mudanças de modelo de mundo ocorrem por último.
O conhecimento navega entre o disciplinar e o pluridisciplinar[8], permanecendo em silos com poucas trocas.
Sua interface é com o mundo do conhecimento do "senso comum"[9].
Estimo que este universo represente cerca de 74% das pessoas.
Perspectiva e Conexões
Navegar nestas zonas, especialmente na área da experimentação, envolve ações mais experimentais, pesquisas mais intensas, observações e associações menos vinculadas a resultados imediatos.
A proposta é navegar em áreas de experimentação, realizando "think tanks" (e comunidades de prática e de aprendizagem) profundos e não óbvios.
Acompanhar o mundo corporativo e o mundo do empreendedorismo social, a gestão do conhecimento e tecnologias (humanas e de máquina), com um viés em ciência, sendo uma historiadora da ciência e pesquisadora independente, contribuiu para que eu conseguisse fazer e vislumbrar esses tipos de navegação.
A minha trajetória pessoal, marcada pela aprendizagem autodirigida, tendeu a se tornar mais experimental, transdisciplinar, complexa e regenerativa.
Mais do que nunca, digo são necessárias comunidades de aprendizagem + comunidades de prática + comunidades de experimentação, e redes que as conectem.
E digo isso porque muitas vezes vi ocorrer situações onde o que uma comunidade necessita, a outra possui em abundância.
Conclusão Final
A compreensão destas quatro zonas – Experimentação, Inovação, Mundo Real e Mundo que Não Vai Mudar – oferece um modelo para analisar como as novas ideias, descobertas científicas e inovações tecnológicas e sociais se movem (ou deixam de se mover) pela sociedade.
Embora cada zona tenha suas características distintas, sua linguagem, ética e dinâmicas de interação próprias, elas estão intrinsecamente conectadas, formando um ecossistema complexo de acontecimentos-encontros no ponto onde o passado, presente e futuro convergem.
A fluidez e a capacidade de transitar entre essas zonas, especialmente mantendo um pé na experimentação pura e incentivando a conexão através de comunidades e redes, são cruciais para a progressão do conhecimento, da inovação e, em última instância, para a forma como a sociedade absorve e se transforma pelas novidades.
O grande desafio reside em facilitar a comunicação e a transferência de conhecimento e experimentação entre essas zonas, superando as barreiras de compreensão e interesse que frequentemente separam a vanguarda experimental da ampla maioria.
Apresentação : em breve
Episódio de Podcast:
Quatro universos de tempo e acontecimentos
Episódio de podcast inicial da seção Redemoinhos de Conversa.
As fontes:
1)Passado-Presente-Futuro: zonas temporárias de acontecimentos-encontros
https://mariatherezadoamaral.substack.com/p/passado-presente-futuro
.
2)Experimentadora de inovações e recombinações
Experimentadora de inovações e recombinações
. Ao contrário da assessoria e da consultoria que posso oferecer, aqui as ações são mais experimentais, as pesquisas são mais intensas, as observações e as associações menos vinculadas a resultados imediatos.
3)Comunidades
comunidades
Mais do que nunca, são necessárias comunidades de aprendizagem + comunidades de prática + comunidades de experimentação e redes ligando todas elas.
4)Faço parte...
Faço parte...
. Sou Maria Thereza do Amaral e faço parte de uma "turma" estranha, a da experimentação.
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** Para fazer este artigo foi usado o NotebookLM (https://notebooklm.google.com/) em 23 de maio de 2025.
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[1] A definição que uso é nada é tão complexo que não seja possível entender (um dia...) e nada é tão simples que possa ser reduzido a algo deslocado de seu contexto e ecossistema. Ver aqui: https://en.wikipedia.org/wiki/Simplexity
[2] A definição mais simples (e que uso) é “pensar globalmente e agir localmente”.
[3] Ver https://mthamaral.wordpress.com/2011/07/07/a-transdisciplinaridade/
[4] Como eu uso este termo: pensar utopicamente e agir no aqui e agora, pensando em contexto, ecossistemas, pontos de observação e de partida, etc, etc, etc.
[5] Ver https://mthamaral.wordpress.com/2011/07/07/a-transdisciplinaridade/
[6][6] Ver https://mthamaral.wordpress.com/2011/07/07/a-transdisciplinaridade/
[7] Aqui normose pode ser vista com frequência. Ver em https://pt.wikipedia.org/wiki/Normose
[8] Ver em https://mthamaral.wordpress.com/2011/07/07/a-transdisciplinaridade/
[9] Ver https://pt.wikipedia.org/wiki/Senso_comum
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