O OVO DA SERPENTE ( OU DA inCAPACIDADE DE SE ENXERGAR O MAL)
And therefore think him as a serpent’s egg/Which hatch’d, would, as his kind grow mischievous;/And kill him in the shell. by Brutus in Shakespeare’s Julius Caesar
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Anos atrás (2013 pra ser mais exata), lendo alguns posts no Facebook, me veio a mente um filme que seria essencial para os dias de hoje:
O Ovo da Serpente (1977) , título original “The Serpent’s Egg”
Nunca vi muitos filmes do Ingmar Bergman e nem da Liv Ullmann, mas este… e como o David Carradine trabalha bem aqui…
Vi em um cinema em Campinas-SP, tela grande, sala escura… e a sensação que eu tinha era que queria sair correndo dali, mas ao mesmo tempo me sentia grudada à poltrona.
O filme se passa na Alemanha, na Berlin da década de 20, em um período notadamente pré-nazismo, e o que tenho a dizer é que poucas vezes um filme me fez ficar tão aterrorizada quanto este, principalmente quando eu sabia que era “uma ficção que ao mesmo tempo não era ficção”.
Você ver um mal denso, quase sólido, chegando… e a maioria das pessoas não perceberem, achando que é temporário, e as que percebem estando totalmente impotentes para fazer qualquer coisa, ou mesmo fugir.
Aterrador.
A capacidade humana de transformar seu meio em um inferno sempre me surpreendeu.
E continua me surpreendendo.
Nesta semana os textos serão mais pessoais.
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Serão publicados textos que estão em :
https://behindthemoon.wordpress.com/
https://atrasdalua.wordpress.com/
https://poempoesia.wordpress.com/
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Porque as turbulências desta semana pedem uma reflexão (que talvez leve a uma inflexão) que só os ares mais poéticos possibilitam.
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