Mulheres Indígenas do Tocantins querem um Fundo para investir em suas Aldeias
release para a imprensa
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Em audiência pública, a ser realizada nesta manhã de terça-feira, dia 12, na qual as mulheres indígenas do Estado do Tocantins, convidaram os oitos Deputados Federais e os três Senadores da República do Estado para estarem presentes para ouvi-las, e receberam as suas propostas.
Elas participam da III Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, que acontece até quarta-feira, 13, em Brasília.
Na ocasião farão a entrega do seu Caderno de Emendas Parlamentares ao Orçamento Federal, a ser votado em novembro próximo, pelos Deputados e Senadores.
Entre as sugestões emendas ao Orçamento Federal, as mulheres indígenas das várias etnias do Tocantins, as krahô pedem recursos para a construção da Universidade Indígena Decolonial Unikrahô, uma universidade a ser constituída, dentro da Reserva Indígena Krahô, na Aldeia Manoel Alves, localizada a 8km, de Itacajá (TO).
A doutoranda em Antropologia Social, Letícia Jôkàhkwyj Krahô, da Aldeia Sol, é uma das Porta voz do seu povo nessa reivindicação, uma demanda dos jovens indígenas krahô, que desde ano de 2021, intencionaram o sonho de terem a sua própria universidade.
"A universidade que estamos construindo é diferente da universidade dos cupem ( como os krahô chamam os não indígenas ), ela terá como primazia a formação dos jovens universitários krahô na sua própria cultura, numa pedagogia diferenciada, com a nossa cosmovisão de mundo", "os cupem constrói seu mundo se separando da natureza, nós os merrin (indígenas na língua krahô ), não vivemos separados da natureza", diz ela.
A Uni-Krahô é um dos projetos de universidades do movimento global das ecoversidades, liderado pelo educador indiano Manish Jain, um movimento internacional por outras formas disruptivas de aprendizagem no ensino superior.
Outras reivindicações é a implantação do "Programa Quintais Produtivos", nas Aldeias Indígenas do Tocantins, uma tecnologia da Embrapa Cerrado, que se mostrou eficiente em promover a segurança alimentar, o programa anunciado pelo presidente Lula, durante a Marcha das Margaridas, em agosto último para as mulheres rurais, agora as mulheres indígenas querem que o programa também as beneficiem adaptando à cultura indígena.
Um outro programa é o Programa "Economia Solidária Indigena", para aquisição de máquinas de costura, fomento dos empreendimentos solidários indígenas, bancos comunitários, feiras de artesanato indígenas e outras ações para geração de renda nas Aldeias.
Para a indígena Canela, Lenimar Werreria, outra liderança das mulheres indígenas do Tocantins, "a geração de renda para que as mulheres tenham a sua autonomia econômica é uma das nossas prioridades".
A estimativa de investimento é de R$ 4,5 milhões.
A reivindicação das Mulheres Indígenas do Tocantins é também pela criação do Fundo de Participação das Aldeias Indígenas - FPAI, uma sugestão de minuta de Lei para a criação do fundo, também será apresentada a bancada parlamentar do Tocantins, a proposta é que a exemplo dos municípios, das cidades brasileiras, que tem o FPM ( Fundo de Participação dos Municípios).
As Aldeias Indígenas, também têm o repasse mensal de recursos pela União, para que Aldeias Indígenas possam prestar os serviços básicos de saúde, educação, transporte, telefonia e energia, a estrutura básica para a sobrevivência dos povos indígenas.
Para a líder Elizabeth Xerente "A demarcação de uma reserva indígena, ela também deve ser acompanhada de recursos para se viver nela", "são em nossas reservas que ainda existe cerrado preservado, nós mostramos que temos competência para administrar os nossos territórios, queremos autonomia e recursos".
A mobilização para a participação das mulheres indígenas do Tocantins em Brasília, foi liderada pelo Instituto Indígena do Tocantins, Inditins, com a parceria de várias organizações que atuam pela causa indígena no Estado e no Distrito Federal.
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Audiência Pública A Condição Social e Econômica das Mulheres Indígenas do Tocantins.Dia 12|9 terça-feira | das 9h-12h Tenda das Mulheres Indígenas do Tocantins | Gramado do Centro Cultural Furnate | lado direito [ em frente a circo ]
Informações Assessoria de Comunicação do Instituto Indígena do Tocantins |
Inditins (63) 9 9294-6478
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