Quando falamos no “sobre o porquê” de falar sobre isso, partimos de uma questão crucial:
Ao falarmos de saúde, e ao lidarmos com ela, o que vamos fazer, uma Gestão da Saúde ou vamos fazer uma Gestão da Doença?
Se escolhemos a Gestão da Saúde, e esta foi nossa escolha, uma série de consequências se seguem.
Aqui admitimos que olhar a vida pelo referencial da doença e do medo não é adequado e leva à distorções como as que vemos, por exemplo, na gestão de saúde em diversos locais e em várias situações.
Um exemplo gritante poderia ser os hospitais e suas gestões.
Será que eles seriam os mesmos se houvesse ali a procura por uma leveza de saúde, mesmo em presença de doença e morte?
E isso será dito, e dito novamente, porque a saúde deveria ser o principal referencial quando se aborda “vida”, inclusive quando se fala de morte.
Quando se faz gestão da vida (ou outras ações) pensando …
1) na saúde, e
2) na vida como um todo, e
3) em suas dádivas (mesmo com os seus percalços ao longo do caminho) e
4) vendo a morte como um cessar de atividades do corpo, e
5) e em planejar ações focando em todas as anteriores,
… os resultados obtidos não são os mesmos que se tem ao fazer gestão (ou outras ações) baseando-se
[na doença, na morte como sendo um fim dolorido e doloroso, no medo, e em todas desgraças que ocorrerão ao longo do caminho]
e planejar ações focando nisso.
Mas para isso é necessário aceitar que viver é mais que só reagir ou ter uma aceitação passiva de qualquer coisa que se faça com você e seu entorno.
Tem que se aceitar que tudo isso tem uma relação forte com se deixar ir no fluxo da vida e do que ela lhe oferece, na procura ativa da saúde, no aproveitar de suas relações, no cuidar de seu entorno de maneira glocal e ativa.
E gosto muito de usar como exemplo desta mudança de olhar, as conversas cada vez mais frequentes entre os profissionais da saúde sobre “Cuidados Paliativos” e “Tanatologia”.
Admitamos que agir desta maneira dará muito mais trabalho do que ter uma passividade perante quase tudo.
Mas também admitamos o prazer que há em participar ativamente da própria vida.
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Originalmente publicado em gestaodasaudemth.wordpress.com/sobre/
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