Tenho 62 anos e digo que minha geração se revestiu de um silêncio alienante pós hecatombes, pós combates enlouquecedores e pós manobras esquisitas que foram ‘devidamente’ varridos para debaixo do tapete.
Nossos tapetes.
E como só silêncios deste tipo são capazes de algo assim, a vida seguiu como se normal fosse, principalmente depois da década de 80. E como só silêncios deste tipo são capazes de produzir, deixou em seu rastro um deserto histórico e uma história estéril.
E como a história era estéril, puseram no deserto histórias de plástico para compor florestas de plástico, porque ficava estranhíssimo este deserto neste local, o que acabou tendo por consequência a criação de uma outra geração que achou normal ter como passado as histórias de plástico.
E são gerações que começaram a interagir com estas histórias de plástico como elas fossem reais.
E minha geração deixou que isso acontecesse.
E houveram pelo menos mais duas gerações contando umas às outras “histórias de plástico da floresta de plástico”.
Mas o que não foi resolvido e encarado, e foi enterrado debaixo das histórias de plástico, está se desenterrando e aparecendo.
Alguns percebem, outros não.
Mas todos sentem.
Mas não me parece que nada disso vai voltar a ser enterrado, os vendavais atuais não deixam.
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Nesta semana os textos serão mais pessoais.
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Serão publicados textos que estão em :
https://behindthemoon.wordpress.com/
https://atrasdalua.wordpress.com/
https://poempoesia.wordpress.com/
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Porque as turbulências desta semana pedem uma reflexão (que talvez leve a uma inflexão) que só os ares mais poéticos possibilitam.
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