Empreendedorismo, o ato de empreender algo ou alguma coisa, pode ter a mesma definição para várias e várias situações, mas não tem as mesmas características.
Embora o contexto possa ser o mesmo, várias outras coisas não o são.
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Penso em empreendedorismo “comum”, em empreendedorismo social e em empreendedorismo servidor.
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Nos três, os pressupostos são diferentes, os modelos de mundo são diferentes, a organização social desejada e pensada é diferente, os modelos econômico-financeiros pensados são diferentes.
No chamado por mim de “empreendedorismo comum”, cabe de tudo. E está tudo certo.
Neste tipo de empreendedorismo o foco é na preparação técnica dos empreendedores, em ser aceito como startups em algum lugar ou por alguém, nos investidores para que recebam investimentos-semente, na escalabilidade (inclusive pensando em franquias e/ou venda vantajosa de seu negócio), nos pitch elevators (em que um apresenta seu negócio e o outro opina sobre seu negócio), etc.
No chamado por mim de “empreendedorismo social”, os pressupostos devem ser vistos com mais cuidado, no modelo de mundo dos empreendedores tem que caber ações que sejam socialmente justas.
Na organização social desejada e adotada tem que caber uma governança coerente. E o modelo econômico-financeiro adotado deve contemplar, ainda que em graus diferentes, as novas economias. E os empreendedores devem conhecer muito bem o seu contexto e a quem vão atender e como, para que possam, como citado acima, serem socialmente justos.
Neste tipo de empreendedorismo o foco é também na preparação técnica dos empreendedores, mas há de se ter algo mais, um pertencimento na comunidade em que se pretende atuar que vai além de só formação técnica. Também pode pensar em ser aceito como startups em algum lugar ou por alguém ou nos investidores para que recebam investimentos-semente, mas estes terão que ser ambientes com outros ecossistemas, que contemplem algo como o ganha-ganha, por exemplo. E aqui, em vez da escalabilidade, a replicabilidade em rede. Em vez de pitch elevators, conversas enriquecedoras para ambos os envolvidos.
Devem, enfim, serem ecologicamente corretos, economicamente viáveis, socialmente justos e adequados, e culturalmente respeitosos.
No chamado por mim (ainda que não criado por mim) de “empreendedorismo servidor”, o início, o “ato zero” do empreendedor é se auto conhecer.
Ver o que ele (ou eles) quer com o empreendimento, qual seu sonho, qual seu ponto de suficiência (quanto ele vai/quer gastar com a vida dele e com seu negócio por X tempo), qual sua disponibilidade de realização, e outras questões.
Depois ele entra em tudo que foi dito para o empreendedor social.
Qual para mim faz mais sentido? Todos.
O que acho essencial para se ter ao pensar em fazer cada um deles é coerência.
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