Armas, facões, canivetes (suíços ? Ou de mola ?), pedras, paus, e sabe-se lá mais o que…
Grades, alarmes, vigilância, blindagem, guerras urbanas e outras nem tanto e medo, muito medo…
Medos conhecidos e desconhecidos, medos reais e irreais, medos indesejados, medos irrefletidos e muitas e muitas raivas…
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Raivas contidas, raivas reveladas e desveladas, raivas limitadas e ilimitadas, junto com tantas frustrações…
Frustrações recentes, antigas, guardadas ou esquecidas, aparentes ou inaparentes, junto com faltas, ah quantas faltas…
Falta de amores, de atenção, de sabedoria (atrelado ao excesso de conhecimento?), de dimensão (do tamanho do medo? do tamanho das faltas? do tamanho das vidas?), de ver, de olhar, de reparar e registrar o que estão vendo, junto com as dores…
Dores, as que doem na alma por ver a vida escapar por violências que não servem para absolutamente nada. Dores de quem vê que tudo se cobra, mas nada se dá. A ordem é receber, não dar. Talvez vender…?
Armas que levam ao medo, às grades, ao isolamento cada vez maior, isolamento físico e ao isolamento de sentir. Sinto só o que é meu… os outros não são/sou eu. Não?
Medos, raivas, frustrações, dores…Cadê esperança, consciência, presença (não só de corpo…), amor desinteressado (até certo limite… somos humanos), cidadania?
Cadê a consciência de que não passamos de tribos juntas, que se a nossa volta os outros vão mal, necessariamente estamos todos mal?
Cadê a consciência de que não passamos de tribos juntas, que se estamos mal, necessariamente todos a nossa volta estão mal?
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Uma humanidade perdida (como coletivo e como indivíduos, já que o forte da humanidade de cada um é sentir) e a ironia disso é estar perdido por falta de comunicação em épocas de e-mails, celulares (até por satélite!), WWW e cia.
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Uma receita simples: olhe em volta. E registre o que viu. Somos um bando de invisíveis perambulando pela superfície da Terra.
A violência sempre existiu. A diferença é que antes se evitava atos contra os que eram da sua comunidade.
Somos tantos, tão aglomerados, mas não pertencemos mais a ninguém.
Nem a nós mesmos.
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(março de 2009 - behindthemoon.wordpress.com/2009/03/01/dores/)