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O que coloco aqui fez parte de uma conversa ocorrida no ano passado e continua vivo para mim, inclusive porque eu vi (e continuo vendo), alguns mais de perto, outros a distância, diversos eventos, propostas, projetos, vivências e soluções ligadas à:
moedas comunitárias e bancos comunitários,
moedas digitais e criptomoedas,
blockchain,
microcrédito,
comunidades com a proposta de serem auto geridas e de todos serem responsáveis pela sua sobrevivência monetária,
economia colaborativa, economia em rede, economia da dádiva, economia solidária, economia compartilhada, …
e outras…
E todos eles estavam, e estão, relacionados a moedas, dinheiro e as Novas Economias. E redes.
Tudo que eu vi, e as experiências que vivi, foram válidas e enriquecedoras, mas sempre me deixaram com uma sensação “meio estranha” de “será que nunca vai acontecer de verdade?”.
E agora que estamos em um outro momento, com comunidades de aprendizagem e de vivências ( e de experimentação)… será agora o momento de tudo isso ser conversado? De novo e de novo e de novo…?
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Alguns tópicos a serem considerados (e pensados e conversados):
As moedas comunitárias atuam como moedas complementares.
Temos também moedas digitais que não seriam, neste sentido, comunitárias, seriam global-glocal e que pretendem serem moeda. E ponto.
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A confiança (intangível) gera materialidade (tangível), isso talvez seja um dos pontos-chave do processo,
.Há de se pensar engajamento, pertencimento e significância quando se pensa em moedas (regenerativas) e suas comunidades, porque a pessoa do processo tem que ser sempre participativa e deve sempre ser contemplada,
.“Inteligência coletiva em um grupo” não é o mesmo que “inteligência em rede que emerge de um grupo”.
O nível de interação não é o mesmo, o que emerge, não é o mesmo, nem a qualidade das interações é a mesma,
.O “regenerativo” envolve diretamente o complexo e o transdisciplinar, e este regenerativo faz MUITA diferença nos processos e fluxos,
.Deve-se pensar em trocas, a qualidade delas, em fluxos e em suas obstruções,
.Pensar em moedas + pessoa(s)+ comunidade+ ecossistemas+ poder+ redes.
Tudo nesta equação influencia tudo
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Problemas
(a meu ver – minhas experiências)
O medo de usar uma moeda “experimental” e ficar com o “mico na mão” e “perder dinheiro”, tem que ser trabalhado,
Em uma comunidade que use algum outro tipo de moeda, poderão haver conflitos do tipo “quem manda” versus “os outros”, e se vários não se sentirem representados, os desinteresses e as sabotagens acabarão acontecendo,
Nessas comunidades também os “microditadores” são um problema, mesmo os “ocultos”,
Também nestas comunidades, apesar do discurso de autonomia ser “intelectualmente” entendido, a maioria pode esperar ser “conduzida” e “sustentada”,
.A representatividade, e real pertencimento da pessoa nesta comunidade, é algo que pode ser difícil de ser sentido por ela como real,
Neste tipo de comunidade (com suas moedas) o diálogo (real) é mais necessário do que nunca. E a gestão disso tem que ser constante. É necessário mais que “gestor de comunidade”, é necessário um “gestor de vida em comunidade”.
Aliás, o diálogo, as conversas dialógicas devem existir como espaço de sustentação e compreensão.
Mas desde que este diálogo, que estas conversas, que estes espaços, sejam construídos para serem genuínos.
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